A Obesidade foi considerada a epidemia do século XXI pela Organização Mundial de Saúde, pois tem aumento ao longo dos anos em vários países de uma forma alarmante.
Os países que têm revelado maior prevalência de excesso peso/obesidade nas faixas etárias mais jovens (7-11 anos) são, a Espanha, Malta e Portugal.
Um estudo realizado em Portugal sobre a prevalência de excesso peso/obesidade infantil detectou que 31,5% de crianças dos 7-9 anos têm excesso de peso das quais 11,3% são obesas.
Existem múltiplos factores para o aparecimento da obesidade.
Os estudos têm demonstrado que a prevalência da obesidade varia de acordo com a idade, género e nível socioeconómico, encontrando-se as maiores taxas de prevalência de excesso peso/obesidade nos grupos de nível socioeconómico mais baixo. Os genes também exercem influência no aparecimento da obesidade, indivíduos com pais obesos (principalmente mães obesas) têm maior probabilidade de virem a ser também obesos.
Contudo existem dois factores muito importantes e que estão na base do crescimento da obesidade infantil em Portugal, por um lado a mudança nos hábitos alimentares com a perda dos valores tradicionais da alimentação mediterrânica por parte dos pais o que se reflecte directamente nos comportamentos alimentares das crianças (menor consumo de sopa, frutos, hortaliças e legumes e menos cereais completos) e a opção por produtos de reduzido valor nutricional mas de elevada densidade calórica (ricos em gordura e açúcar).
Por outro lado os portugueses são de todos os povos da União Europeia aquele que apresentam maior nível de inactividade física entre os adultos. Este facto poderá reflectir-se também no nível de actividade das crianças, pois os filhos de pais sedentários têm maior probabilidade de virem a ser igualmente sedentários.
A prevenção da obesidade só é efectiva se houver mudanças nos hábitos alimentares e se o número de horas em actividades sedentárias for diminuído, em prol do aumento da actividade física diária.
O ambiente familiar é crucial para a aquisição de hábitos alimentares nos mais jovens. O nível de consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar, de bebidas açucaradas (refrigerantes), a disponibilidade de hortofrutícolas em casa, o nível educacional dos pais são factores relevantes que influenciam os hábitos alimentares das crianças e adolescentes.
Para contrariar este aumento do excesso de peso/obesidade na nossa população é necessário intervir desde cedo, nas crianças e adolescentes e com o contributo de todos: escola, família e comunidade e proporcionar assim um ambiente saudável.
Bibliografia
Aranceta, J et al. Prevention of overweight and obesity from a public health perspective", Nutrition Reviews, vol 67 (suppl.1):S83-S88, 2009.
Plataforma contra a Obesidade: http://www.plataformacontraaobesidade.dgs.pt/PresentationLayer/conteudo.aspx?menuid=167&exmenuid=-1
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